A
Renovação Carismática Católica, ou o Pentecostalismo Católico, como foi
inicialmente conhecida, teve origem com um retiro espiritual realizado
nos dias 17-19 de fevereiro de 1967, na Universidade de Duquesne
(Pittsburgh, Pensylvania, EUA).(13)
Em uma carta enviada dois meses após (29 de abril de 1967), a um
professor, Monsenhor Iacovantuno, Patti Gallagher, uma das estudantes
que participou do retiro, assim relatou o que aconteceu naqueles dias:
Tivemos um Fim de Semana de Estudos nos dias 17-19 de fevereiro.
Preparamo-nos para este encontro, lemos os Atos dos Apóstolos e um
livrinho intitulado "A Cruz e o Punhal" de autoria de David Wilkerson.
Eu fiquei particularmente impressionada pelo conhecimento do poder do
Espírito Santo e, pelo vigor e a coragem com que os apóstolos foram
capazes de espalhar a Boa Nova, após o Pentecostes. Eu supunha,
naturalmente, que o Fim de Semana me seria proveitoso, mas devo admitir
que nunca poderia supor que viria a transformar a minha vida!
Durante os nossos grupos de discussão, um dos líderes colocou em tela o
fato de que nós devemos confirmar constantemente os nossos votos de
Batismo e de Crisma, assim como devemos ter a alma mais aberta para o
Espírito de Deus. Pareceu-me curioso, mas um pouco difícil de acreditar
quando me foi dito que os dons carismáticos concedidos aos apóstolos são
ainda dados às pessoas nos dias atuais – que ainda existem sinais do
poder divino e milagres – e que Deus prometeu emanar o seu Espírito para
que se fizesse presença a todos os seus filhos. Decidimos, então,
efetuar a renovação dos votos de Batismo e de Crisma como parte do
serviço da missa de encerramento, no domingo à noite. Mas, no entanto, o
Senhor tinha em mente outras coisas para nós!...
No sábado à noite, tínhamos programado uma festinha de aniversário para
alguns dos colegas, mas as coisas foram simplesmente acontecendo sem
alternativa. Fomos sendo conduzidos para a capela, um de cada vez, e
recebendo a graça que é denominada de Batismo no Espírito Santo, no Novo
Testamento. Isto aconteceu de maneiras diversas para cada uma das
pessoas. Eu fui atingida por uma forte certeza de que Deus é real e que
nos ama. Orações que eu nunca tinha tido coragem de proferir em voz
alta, saltavam dos meus lábios. (...) Este não era, pois um simples bom
fim de semana, mas, na realidade, uma experiência transformadora de vida
que ainda está prosseguindo e se desenvolvendo em crescimento e
expansão.
Os dons do Espírito já são hoje manifestados – e isto eu posso
testemunhar, porque tenho ouvido pessoas orando em línguas, outras
praticam curas, discernimento de espíritos, falam com sabedoria e fé
extraordinárias, profetizam e interpretam.
Eu, agora, tenho certeza de que não há nada que tenhamos de suportar
sozinhos, nenhuma oração que não seja atendida, nenhuma necessidade que
Deus não possa cobrir em sua riqueza! E, no depender dele e louvá-lo com
fidelidade, eu sinto uma tremenda sensação de liberdade.
Podemos tentar viver como cristãos, morrendo para nós mesmos e para o
pecado, mas esta será uma luta desanimadora se não contarmos com o poder
do Espírito. Ainda existem tentações e problemas, mas agora tenho a
certeza e a confiança em Deus, agora ele me dá segurança. Realmente,
transforma-me a viver nele. É verdade que na Crisma, nós recebemos o
Espírito Santo e que nós somos seus templos, mas nós não nos abrimos o
suficiente para receber em nossas vidas os seus dons e o seu poder. É
certo que o Espírito Santo é o nosso professor: eu dele aprendi tanto e
em tão pouco tempo!
As Escrituras vivem! Amém! Eu estou segura de que jamais poderia ter
acumulado por minha própria conta tanto conhecimento, apesar de todo o
esforço desenvolvido, e com as melhores intenções que tivesse.
(…) Eu me vi, de repente, conversando com as pessoas sobre Cristo, e,
vendo desde logo o resultado desse trabalho! Eu jamais teria ousado
fazer essas coisas no passado, mas agora, é ao contrário: é impossível
deixar de fazê-lo. É como disseram os apóstolos depois de Pentecostes:
“Como podemos deixar de falar sobre as coisas que vimos e ouvimos!"
(…)(14) .
Estas notícias se divulgaram rapidamente, causando um grande impacto no
meio religioso universitário. O “Fim de Semana de Duquesne”, como ficou
mundialmente conhecido este retiro, tem sido geralmente aceito como o
ponto de partida que deu origem à Renovação Carismática Católica, cuja
abrangência estender-se-á, num curto período de tempo, por um grande
número de países.
A experiência inicial vivida nestas universidades, caracterizada por um
reavivamento espiritual por meio da oração, da vida nova no Espírito,
com a manifestação dos seus dons, tomará corpo, transpondo rapidamente o
ambiente onde foi originada.
Através das reuniões, seminários e encontros, em breve, aparecerão
grupos de oração noutras universidades, paróquias, mosteiros, conventos,
etc. Os testemunhos multiplicam-se, vindos dos mais variados grupos de
pessoas: operários, ex-presidiários, professores, religiosos das mais
diversas ordens.
Kevin e Dorothy Ranaghan ainda registram um aspecto pouco divulgado desta história inicial da Renovação Carismática:
Nossa suspeita de que essa experiência de renovação, que agora estava
espalhada, não era nova para os católicos americanos, foi confirmada,
quando ouvimos notícias ou recebemos cartas de pessoas ou grupos de
católicos ao redor do país. Da Flórida, Califórnia, Texas, Wisconsin,
Massachusetts, tivemos notícias do trabalho calmo do Espírito Santo no
decorrer dos anos(15) .
Portanto, embora os primeiros momentos da Renovação tenham se dado em
torno do retiro de Duquesne e apesar de estarem os americanos igualmente
presentes no seu nascimento em diversos outros países, seria falso
atribuir a expansão da Renovação Carismática unicamente à sua
influência. Como afirma Monique Hébrard, a Renovação Carismática
“explodiu quase ao mesmo tempo em todos os cantos da terra e em todas as
igrejas cristãs, sem que se saiba muito bem como é que o fogo se
ateou”(16) .
Para o Cardeal Suenens isto também despertou uma curiosidade, ou seja,
“sem nenhum contato entre si, parece que o Espírito Santo suscitou em
vários lugares do mundo experiências que, se não são iguais, certamente
são semelhantes”(17).
A Renovação Carismática Católica comemora o seu Jubileu de Ouro em
2017. Ocasião que serão celebrados os 50 anos do chamado retiro de
Duquesne. De forma a marcar esta importante marca, os Serviços para a
Renovação Carismática Católica Internacional (ICCRS) prepararam um
projeto que inclui uma série de iniciativas em torno desse momento.
Passos que integrarão a celebração dos 50 anos da RCC. As etapas são bienais, ou seja, a cada dois anos, e tem atividades e objetivos específicos.
2014-2015
Koinonia
Inflamando a Chama
“Por esse motivo, eu te exorto a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de sabedoria.” (2Tm 1, 6-7)
Inflamando a Chama
“Por esse motivo, eu te exorto a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de sabedoria.” (2Tm 1, 6-7)
Prioridade: Foco na Maturidade da RCC
Palavras-chave: Mantendo e espalhando a Chama + Koinonia + Carismática + Formação
Eventos do ICCRS: Evento internacional – Uganda 2014 + Retiro internacional para sacerdotes – Roma 2015
Tarefas: Encorajar pessoas + Liberação dos carismas + Promover a maturidade eclesial + Proteger a Renovação e corrigir erros.
Palavras-chave: Mantendo e espalhando a Chama + Koinonia + Carismática + Formação
Eventos do ICCRS: Evento internacional – Uganda 2014 + Retiro internacional para sacerdotes – Roma 2015
Tarefas: Encorajar pessoas + Liberação dos carismas + Promover a maturidade eclesial + Proteger a Renovação e corrigir erros.
Fonte: http://www.rccbrasil.org.br/institucional/index.php/artigos/901-o-nascimento-da-renovacao-carismatica-catolica
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