Antes
de rezar a oração do Angelus com os fiéis e peregrinos reunidos na
Praça de São Pedro neste domingo, 06 de abril, o Papa Francisco comentou
a passagem do Evangelho que narra a ressurreição de Lázaro. Leia o
texto na íntegra:
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho deste domingo de Quaresma nos narra a ressurreição de
Lázaro. É o ápice dos “sinais” prodigiosos feitos por Jesus: é um gesto
muito grande, muito claramente divino para ser tolerado pelos sumos
sacerdotes, os quais, sabendo do fato, tomaram a decisão de matar Jesus
(cfr Jo 11, 53).
Lázaro já estava morto há três dias, quando chega Jesus; e às irmãs
Marta e Maria Ele disse palavras que ficaram gravadas para sempre na
memória da comunidade cristã. Jesus diz assim: “Eu sou a ressurreição e a
vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e
crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11, 25). Sobre esta Palavra do
Senhor nós acreditamos que a vida de quem crê em Jesus e segue o seu
mandamento depois da morte será transformada em uma vida nova, plena e
imortal. Como Jesus ressuscitou com o próprio corpo, mas não retornou a
uma vida terrena, assim nós ressurgiremos com os nossos corpos que serão
transfigurados em corpos gloriosos. Ele nos espera junto ao Pai e a
força do Espírito Santo, que O ressuscitou, ressuscitará também quem
está unido a Ele.
Diante do túmulo lacrado do amigo Lázaro, Jesus “exclamou em voz forte:
Lázaro, vem para fora”. O morto saiu, atado de mãos e pés com os
lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano (vv. 43-44). Este grito
peremptório é dirigido a cada homem, porque todos estamos marcados pela
morte, todos nós; é a voz Daquele que é o Senhor da vida e quer que
todos “a tenham em abundância” (Jo 10, 10). Cristo não se conforma com
os túmulos que construímos para nós com as nossas escolhas do mal e da
morte, com os nossos erros, com os nossos pecados. Ele não se conforma
com isso! Ele nos convida, quase nos ordena, a sair do túmulo em que os
nossos pecados nos afundaram. Chama-nos com insistência para sairmos da
escuridão da prisão em que nos fechamos, contentando-nos com uma vida
falsa, egoísta, medíocre. “Vem para fora!”, noz diz, “Vem para fora!”. É
um belo convite à verdadeira liberdade, a deixar-nos agarrar por estas
palavras de Jesus que hoje repete a cada um de nós. Um convite a
deixar-nos livrar das “ataduras”, das ataduras do orgulho. Porque o
orgulho nos faz escravos, escravos de nós mesmos, escravos de tantos
ídolos, de tantas coisas. A nossa ressurreição começa aqui: quando
decidimos obedecer a esta ordem de Jesus saindo para a luz, para a vida;
quando da nossa face caem as máscaras – tantas vezes estamos mascarados
pelo pecado, as máscaras devem cair! – e nós reencontramos a coragem da
nossa face original, criada à imagem e semelhança de Deus.
O gesto de Jesus que ressuscita Lázaro mostra até onde pode chegar a
força da Graça de Deus e também até onde pode chegar a nossa conversão, a
nossa mudança. Mas ouçam bem: não há limite algum para a misericórdia
divina oferecida a todos! Não há limite algum para a misericórdia divina
oferecida a todos! Lembrem-se bem desta frase. E possamos dizê-la todos
juntos: “Não há limite algum para a misericórdia de Deus oferecida a
todos”. O Senhor está sempre pronto para levantar a pedra do túmulo dos
nossos pecados, que nos separa Dele, a luz dos vivos.
Fonte: http://www.rccbrasil.org.br/espiritualidade-e-formacao/index.php/artigos/1179-nao-ha-nenhum-limite-para-a-misericordia-de-deus
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