3 de dez. de 2013

Rede Nacional de Intercessão Dezembro - Intercessão Profética

altInterceder profeticamente é quando oramos para que aconteça o que Deus deseja que aconteça. É o intercessor, que vem diante de Deus, que conhece a Sua vontade e ora para que ela seja realizada na terra. Neste nível o intercessor está “conectado” com Deus, tem os seus ouvidos nos céus e sua boca na terra.
Para interceder profeticamente, o intercessor precisa entrar na presença de Deus. Sair do natural para entrar no sobrenatural para poder ouvir os desejos de Deus, concebê-los e manter a fé até que chegue o tempo da sua manifestação. Manter a visão no mundo espiritual antes de manifestá-lo no mundo natural. Pode interceder por uma região específica, cidade ou país para assim trazer para a dimensão temporal este desejo e vê-lo manifestado.
Intercessão significa entrar na presença de Deus em favor de outros. A intercessão é uma das coisas mais altruístas que podemos fazer. Não estamos orando por nós mesmos, mas por outras pessoas e isso é uma forma concreta de amor fraterno. Colocando as duas palavras juntas, “intercessão profética” significa:

1) Buscar a presença de Deus para conversar;
2) Encontrar-se com Deus e ouví-Lo em favor de outros;
3) Falar pela mente e pelo conselho do Senhor.

“Porque o Senhor Javé nada faz sem revelar seu segredo aos profetas, seus servos”. (Am 3,7).
Na intercessão profética, entramos na presença de Deus e ouvimos os Seus pensamentos e os Seus conselhos. Assim nos tornamos aptos a orar por coisas que estão em Seu coração. Frequentemente oramos por coisas que estão em nosso próprio coração e falhamos quando não ouvimos ao Senhor. É pelo ato de ouvir a voz de Deus e de se deixar conduzir por ela que veremos poderosos rompimentos de barreira ocorrer.
Quando existe amor entre nós, criamos o ambiente propício para que a intercessão profética aconteça, pois o Senhor apenas se revela aqueles que estão em comunhão de amor com Ele e com os irmãos. É do desejo do Senhor nos revelar as situações que ainda não aconteceram e Ele o faz para que os seus servos se utilizem do poder da intercessão em favor do seu povo.
Quanto mais aprofundarmos a nossa espiritualidade pessoal e o amor fraterno, maior será a nossa docilidade para ver e interpretar os sinais de Deus na nossa vida e na sociedade e assim podermos antecipar a intercessão em favor de alguém, de uma situação e até mesmo de uma nação.
Em nosso dia-a-dia o Senhor se utiliza de muitas maneiras para nos revelar os acontecimentos futuros e cabe a nós buscar na oração a sensibilidade no Espírito para interpretar estes sinais que o Senhor a todo o momento deseja nos revelar.
Amados irmãos e irmãs, recentemente recebemos uma solicitação das missionárias da RCCBRASIL que estão em Uganda para orarmos pela Igreja em Moçambique que está sofrendo uma grande perseguição pelos não cristãos. Diante deste sinal discernimos que esta solicitação vinda das nossas irmãs é, na verdade, uma forma do Senhor nos mostrar a sua vontade para que a RCCBRASIL ore em favor daquele povo.
E para sermos coerentes com o que expusemos acima, precisamos s obedecer a esta vontade do Senhor, por isso decidimos fazer um apelo a todos os intercessores da RCC do Brasil para se unir em intercessão profética em favor dos nossos irmãos e irmãs da Igreja em Moçambique e clamar ao Senhor nos nossos grupos de intercessão para que cessem todo conflito e toda violência naquele país. Sabemos irmãos e irmãs que se orarmos com fé o Senhor pode mudar todas as situações, inclusive aquelas que julgamos ser impossíveis. Vamos exercitar a intercessão profética; não vamos parar de orar enquanto não vermos esta graça concretizada.
Apresentamos a seguir o comunicado dos Bispos de Moçambique sobre a atual situação:
“Procuremos o que interessa à paz e à mútua edificação” (Rm 14,19)
Nós bispos católicos de Moçambique reunidos em Assembleia plenária na Matola, neste momento de dor, angústia e desespero do povo moçambicano causado pelo regresso à guerra no país, queremos unir a nossa voz a voz do povo que clama pela paz e respeito da sua vida. Na nossa Nota pastoral de Agosto 2012, escrevíamos que o clima de intolerância e a falta de inclusão de todos os cidadãos ameaçavam a paz conquistada com tanto sacrifício há 21 anos. Moçambique encontra-se hoje numa situação em que a paz está a ser espezinhada. Os acontecimentos das últimas semanas revelam que se optou por resolver as divergências pelas armas. Angustiados, testemunhamos que está a ser derramado sangue inocente, seja de civis seja de homens em armas, todos filhos desta nossa Pátria. Voltamos a ver as tristes imagens de mulheres e crianças a abandonarem as suas casas e refugiar-se no mato; povo a sofrer porque vítima de abusos e desmandos ligados ao clima de insegurança e agressividade que todo conflito acarreta. O Povo quer a Paz. Por isso: Afirmamos que ninguém pode invocar o povo ou encontrar nele legitimidade para defender pelas armas interesses de grupos ou pessoais. Exigimos que pare imediatamente toda forma de hostilidade, confrontos armados e que se reabra o caminho do diálogo, fazendo recurso a tudo e a todos quantos possam favorecer que o mesmo encontre espaço, seja sincero e efetivo. Apelamos a todos os cidadãos para que não se deixem arrastar pelo clima de intolerância e violência que está a crescer no país. Sejamos todos defensores deste bem precioso que é a paz, velando pelo respeito mútuo. Sejamos todos construtores de paz trabalhando por instituições respeitáveis e respeitadas. Apelamos a quantos têm autoridade e tomam as decisões de ambas as partes envolvidas nos confrontos para que mandem parar todo ato de violência e agressão. Apelamos ao senhor Presidente da República e Comandante em Chefe das Forças Armadas que faça tudo quanto está ao seu alcance para parar com os confrontos armados e crie condições reais para um diálogo corajoso e concludente. Apelamos à comunidade internacional, particularmente às representações diplomáticas em Moçambique e às empresas envolvidas no desenvolvimento do país a favorecer a construção da paz sem a qual, as conquistas destes últimos anos estariam postas em perigo. Convidamos a todos os crentes a intensificar a oração pela paz. Como bispos e como cidadãos, reiteramos a nossa inteira disponibilidade em fazer tudo o que as partes diretamente envolvidas no conflito acharem legítimo e necessário solicitar-nos para que a paz prevaleça e seja consolidada. 

Matola aos 7 de Novembro 2013

+ Dom Lúcio Andrice Muandula - Presidente da CEM – Moçambique.

Fonte: http://www.rccbrasil.org.br/espiritualidade-e-formacao/index.php/artigos/1083-rede-nacional-de-intercessao-dezembro-intercessao-profetica

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