Interceder
profeticamente é quando oramos para que aconteça o que Deus deseja que
aconteça. É o intercessor, que vem diante de Deus, que conhece a Sua
vontade e ora para que ela seja realizada na terra. Neste nível o
intercessor está “conectado” com Deus, tem os seus ouvidos nos céus e
sua boca na terra.
Para interceder profeticamente, o intercessor precisa entrar na
presença de Deus. Sair do natural para entrar no sobrenatural para poder
ouvir os desejos de Deus, concebê-los e manter a fé até que chegue o
tempo da sua manifestação. Manter a visão no mundo espiritual antes de
manifestá-lo no mundo natural. Pode interceder por uma região
específica, cidade ou país para assim trazer para a dimensão temporal
este desejo e vê-lo manifestado.
Intercessão significa entrar na presença de Deus em favor de outros. A
intercessão é uma das coisas mais altruístas que podemos fazer. Não
estamos orando por nós mesmos, mas por outras pessoas e isso é uma forma
concreta de amor fraterno. Colocando as duas palavras juntas,
“intercessão profética” significa:
1) Buscar a presença de Deus para conversar;
2) Encontrar-se com Deus e ouví-Lo em favor de outros;
3) Falar pela mente e pelo conselho do Senhor.
“Porque o Senhor Javé nada faz sem revelar seu segredo aos profetas, seus servos”. (Am 3,7).
Na intercessão profética, entramos na presença de Deus e ouvimos os
Seus pensamentos e os Seus conselhos. Assim nos tornamos aptos a orar
por coisas que estão em Seu coração. Frequentemente oramos por coisas
que estão em nosso próprio coração e falhamos quando não ouvimos ao
Senhor. É pelo ato de ouvir a voz de Deus e de se deixar conduzir por
ela que veremos poderosos rompimentos de barreira ocorrer.
Quando existe amor entre nós, criamos o ambiente propício para que a
intercessão profética aconteça, pois o Senhor apenas se revela aqueles
que estão em comunhão de amor com Ele e com os irmãos. É do desejo do
Senhor nos revelar as situações que ainda não aconteceram e Ele o faz
para que os seus servos se utilizem do poder da intercessão em favor do
seu povo.
Quanto mais aprofundarmos a nossa espiritualidade pessoal e o amor
fraterno, maior será a nossa docilidade para ver e interpretar os sinais
de Deus na nossa vida e na sociedade e assim podermos antecipar a
intercessão em favor de alguém, de uma situação e até mesmo de uma
nação.
Em nosso dia-a-dia o Senhor se utiliza de muitas maneiras para nos
revelar os acontecimentos futuros e cabe a nós buscar na oração a
sensibilidade no Espírito para interpretar estes sinais que o Senhor a
todo o momento deseja nos revelar.
Amados irmãos e irmãs, recentemente recebemos uma solicitação das
missionárias da RCCBRASIL que estão em Uganda para orarmos pela Igreja
em Moçambique que está sofrendo uma grande perseguição pelos não
cristãos. Diante deste sinal discernimos que esta solicitação vinda das
nossas irmãs é, na verdade, uma forma do Senhor nos mostrar a sua
vontade para que a RCCBRASIL ore em favor daquele povo.
E para sermos coerentes com o que expusemos acima, precisamos s
obedecer a esta vontade do Senhor, por isso decidimos fazer um apelo a
todos os intercessores da RCC do Brasil para se unir em intercessão
profética em favor dos nossos irmãos e irmãs da Igreja em Moçambique e
clamar ao Senhor nos nossos grupos de intercessão para que cessem todo
conflito e toda violência naquele país. Sabemos irmãos e irmãs que se
orarmos com fé o Senhor pode mudar todas as situações, inclusive aquelas
que julgamos ser impossíveis. Vamos exercitar a intercessão profética;
não vamos parar de orar enquanto não vermos esta graça concretizada.
Apresentamos a seguir o comunicado dos Bispos de Moçambique sobre a atual situação:
“Procuremos o que interessa à paz e à mútua edificação” (Rm 14,19)
Nós bispos católicos de Moçambique reunidos em Assembleia plenária
na Matola, neste momento de dor, angústia e desespero do povo
moçambicano causado pelo regresso à guerra no país, queremos unir a
nossa voz a voz do povo que clama pela paz e respeito da sua vida. Na
nossa Nota pastoral de Agosto 2012, escrevíamos que o clima de
intolerância e a falta de inclusão de todos os cidadãos ameaçavam a paz
conquistada com tanto sacrifício há 21 anos. Moçambique encontra-se hoje
numa situação em que a paz está a ser espezinhada. Os acontecimentos
das últimas semanas revelam que se optou por resolver as divergências
pelas armas. Angustiados, testemunhamos que está a ser derramado sangue
inocente, seja de civis seja de homens em armas, todos filhos desta
nossa Pátria. Voltamos a ver as tristes imagens de mulheres e crianças a
abandonarem as suas casas e refugiar-se no mato; povo a sofrer porque
vítima de abusos e desmandos ligados ao clima de insegurança e
agressividade que todo conflito acarreta. O Povo quer a Paz. Por isso:
Afirmamos que ninguém pode invocar o povo ou encontrar nele legitimidade
para defender pelas armas interesses de grupos ou pessoais. Exigimos
que pare imediatamente toda forma de hostilidade, confrontos armados e
que se reabra o caminho do diálogo, fazendo recurso a tudo e a todos
quantos possam favorecer que o mesmo encontre espaço, seja sincero e
efetivo. Apelamos a todos os cidadãos para que não se deixem arrastar
pelo clima de intolerância e violência que está a crescer no país.
Sejamos todos defensores deste bem precioso que é a paz, velando pelo
respeito mútuo. Sejamos todos construtores de paz trabalhando por
instituições respeitáveis e respeitadas. Apelamos a quantos têm
autoridade e tomam as decisões de ambas as partes envolvidas nos
confrontos para que mandem parar todo ato de violência e agressão.
Apelamos ao senhor Presidente da República e Comandante em Chefe das
Forças Armadas que faça tudo quanto está ao seu alcance para parar com
os confrontos armados e crie condições reais para um diálogo corajoso e
concludente. Apelamos à comunidade internacional, particularmente às
representações diplomáticas em Moçambique e às empresas envolvidas no
desenvolvimento do país a favorecer a construção da paz sem a qual, as
conquistas destes últimos anos estariam postas em perigo. Convidamos a
todos os crentes a intensificar a oração pela paz. Como bispos e como
cidadãos, reiteramos a nossa inteira disponibilidade em fazer tudo o que
as partes diretamente envolvidas no conflito acharem legítimo e
necessário solicitar-nos para que a paz prevaleça e seja consolidada.
Matola aos 7 de Novembro 2013
+ Dom Lúcio Andrice Muandula - Presidente da CEM – Moçambique.
Fonte: http://www.rccbrasil.org.br/espiritualidade-e-formacao/index.php/artigos/1083-rede-nacional-de-intercessao-dezembro-intercessao-profetica
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